Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discursões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertam ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo, preferiam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação
Carlos Drummond de Andrade
Pensando nas mazelas da vida, o nobre poeta retrata a vida e seu desfecho após tantos anos e com o mesmo estilo.
Onde está o amor? A família? A fé?A dignidade?O respeito?
Onde e como as coisas se perderam, talvez você esteja questionando sua rotina, ou pode ser o próprio Atlas, tentando carregar o mundo nas costas?
Você já se questionou o que tem feito. Pare, esse é o momento, faça uma reflexão dos seus dias e o que tem feito para e por você.
Pense. És merecedor da alegria, fraternidade, felicidade, companherismo e, se tem feito alguma coisa para que isso aconteça na sua vida.
Quando temos um resultado positivo da chegada de um filho todos se preparam, cuidamos do ambiente, das roupas, da casa. Seria possivél fazer esse mesmo movimento para a sua casa, o seu templo, o seu corpo e seu espírito?
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